sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Felicidade

a felicidade
que mera ilusão
divertida
claro que te gosto
claro que te
gozo
oh felicidade
mera porcaria
como é boa a risada
como é bom a noitada
como é boa a cerveja
como é boa a vida
Bazinga!
é assim que pensamos
é assim que pensam
(acham que pensam)

ser feliz...
objetivo de todos
todo ser humano
almeja ser feliz
mas o que é isso?
ser feliz
ausência de toda dor
existe isso
essa ausência
será possível escapar
da dor física
e da dor
emocional
tentarei a religião
-Deus faça-me feliz!
segui seus mandamantos
mas só a merda que acontece
perdi amigos, familia
namorada, emprego
isso é felicidade Deus??
larguei esse velho chato

tentei outra religião
mesma coisa sempre

tentei livros de filosofia
passatempo interessante
mas não pra toda vida

tentei a cervejada
alcool pro meu organismo
aproveito e encurto
meu período nesse maldito planeta
o alcool é divertido
mas preciso de dinheiro para comprar
a felicidade
também chamada
fuga da dor
ou cervejada

trabalhar
isso com certeza não é felicidade
mas então me deparei
com o estudo da Natureza
essa mesmo que destruiu e matou muitos
na china
nos estados unidos
e no brasil
agora sim
essa é outra fuga interessante
me engano como todos
se enganam
mas pelo menos
é divertido
da pra ganhar dinheiro
pra comprar a cerveja
que outros chamam de felicidade
através de algum tempo calculando
e sim
se divertindo
um pouco
ao menos.

G.G.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Um poema felizinho demais

Eu costumava
Alguns anos atrás
Gostar da morte
De certa maneira
À via como uma bela dama bem vestida
Que viria nos buscar para nosso último jantar da meia noite
Resgatar-nos dessa redondeza estúpida
Do sofrimento e da grande merda que nos cerca

Não penso mais assim
Algo aconteceu
Que bom!
É bom que algo aconteça
Nessa vida que temos
Única
E especial por ser única
Quero continuar curtindo essa vida
De várias maneiras
Na companhia de amigos e familiares
Na leitura despreocupada no fim da tarde
No estudo preocupado de fim de semestre
No mergulho no rio de minha infância
Na cerveja nossa de cada dia
No sono revigorante de sábado à tarde
No mate com os amigos ao céu aberto

Enfim, quero continuar vivendo
Sei que a dama Morte me espera
Em algum lugar e em algum tempo
Mas se puder me esquivar
Esquivar-me-ei!
Por que mesmo a vida não sendo bela em todos os momentos
Sei que minha amiga Vida é única
E vou continuar apreciando sua beleza
Pelo tempo que tiver

N.S.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Início

Nunca dispense qualquer método criado para atingir pessoas, todos eles, se chegaram até você, de alguma forma obtiveram sucesso. Então siga-os cegamente pois quanto mais recentemente você vê, mais quente está esta ideologia em sua mente.
E a técnica da política, no seu termo mais puro, consiste em fazer com que as ações e ideias estevam vivos na cabeça das pessoas. Este é o motivo pelo qual refutamos a política da forma com que ela é feita hoje, pois quem realmente tem poder sobre a opnião, através da mídia, é o capital.
Ele tinha isso incrivelmente encravado em sua mente e então, acordou e percebeu que estava ao lado do corpo mais escultural que já conhecera. A amnesia alcoólica não lhe permitia lembrar de como fora parar naquela cama, nem de como sua paixão, até então platônica havia consentido uma noite com sua inspiração.
O álcool as vezes nos impele a tomar atitudes que não passam de desejos da mente sóbria, e isto, ele acreditava, era o motivo pelo qual bebia.
O quarto cheirava a sexo e a cigarro, com um leve odor de maconha que completava a cena.
Sempre se sentira atraido por Sebastiam, mas sempre ocultara a atração, ora por vergonha e respeito pelos amigos em comum, ora pelo preconceito que essa opção poderia lhe causar. Mas agora percebia que aqueles olhos, mesmo cerrados, eram de uma profundidade embriagante, e que aquela boca, que sempre desejara, era de um vermelho tão simples e macio que só o fato de saber que a beijara na noite anterior já lhe provocava arrepios.
Ficou por minutos analizando as curvas daquele corpo nú, como quem admira uma escultura do mais nobre acabamento e originalidade, para somente então se dar conta que estava em um ambiente estranho.
O quarto era de tamanho limitado, onde se acomodava a cama, de casal, e um guarda roupas e, mesmo no escuro, demonstrava ser bem antigo já gasto pelo uso.
Levantou-se, andou até a silhueta da porta e ultrapassou o marco para chegar a uma peça, sala e cozinha, mínima e com poucos móveis usados já desgastados. Fora ao banheiro e retornou ao quarto, percebendo que nada havia se alterado, ligou a luz, num interruptor que demorara a achar devido a ausência da luz do dia, que iluminava somente a peça anterior através de um vitral.
Admirou mais uma vez a conquista da noite anterior, botou suas roupas e saiu para a rua.
Sabia que Sebastiam residia em um apartamento na Av. Santa Cruz, mas nunca estivera lá, exceto nesta noite.
Mal andara dez passos e ouvira uma voz familiar lhe gritando:
E aí Santiago, que fazes por aqui, como foi a noite ontem.
Era Hugo, um amigo que estimava muito, mas que era conhecido pela sua forma indiscreta, o que lhe rendia a fama de chato.
Boa, por que? - Exclamou Santiago, temendo a gozação pelo fato de sair da casa de Sebastiam, e calculando mentalmente quantas pessoas já sabiam do seu final de noite.
Por nada, ontem quando a Lya passou por nós, ficaste serio e depois de alguns minutos saiu correndo, dizendo que ia ao encontro dela a acabar com todo teatro entre tu, ela e o João, depois ninguém mais te viu.
De verdade, não lembro de muita coisa de ontem a noite – Disse aliviado com o fato de não ter sido descoberto, não pelo Hugo, ao menos.
Continuou caminhando e ruminando o que realmente iria fazer, tinha tantas coisas para se preocupar: o oriente médio, a possibilidade de super inflação, os companheiros de jornada, os colegas, a família, seu gato, etc.
Pensou em talvez fazer um ato, mas pacífico já virará moda.
Qualquer coisa, mesmo pacífica e legal, mas com caracter mais agressivo, seria considerada ruim por quem deveria apoiá-la.
E as ações realmente inteligentes, corretas e eficazes, acabaram perdendo adeptos com o passar dos anos.
Chegou a triste conclusão que foram eles que ganharam. Eles que estão no poder que conseguiram.
Eles acharam um método para calar qualquer voz e, nunca alguma geração se arrependerá tanto de não ter lutado, como a nossa.
E quanto a Sebastiam, iria usar um método parecido ao do sistema: “Se ninguém souber, não terei que sofrer as sanções que essa sociedade impõem.” Mesmo que isso fosse contra os princípios que ele mesmo, ainda assim, acredita.
Então parou, encostou-se no corrimão da ponte, e virou-se para o rio.
E ali decidira se era essa a solução para os problemas do mundo, ou não.

R.F.