terça-feira, 15 de novembro de 2011

Manchas Pretas

Tu abres um livro e o quê vês?
São apenas páginas brancas com manchas pretas
Manchas em formas que se repetem
Às vezes
Ora ora
O quê é um livro senão um livro?
O quê são palavras, textos, poesia?

Elas não dependem somente de quem às escreve
Mas muito de quem às lê
É certo que escrevem por desabafo
Como uma fuga da realidade e até
De si mesmos
Escrevem mais pra si que pra qualquer outro
Mas aquele pensamento de repente aponta ao canto
Serão bonitas as palavras?
Estarão sincronizadas mesmo as não rimadas?
Ora! Que se dane tudo mesmo!
Ninguém irá ler essa merda de qualquer jeito!
Mas se algum dia alguém ler
Que não enxergue apenas
As páginas brancas
Com manchas pretas espalhadas
E de alguma forma sincronizadas

Não precisam chorar de emoção
Guardar no canto do coração
Mas ao menos aquele leve
E pequeno sorriso no canto da boca
Os olhos que se abrem um pouco mais
Como que para ler melhor e pensar
-É... Não é tão ruim assim...
Pra um conjunto de manchas pretas
Numa folha branca de papel.

G.G.

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